Vida tecida de palavras…

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A tarde cai e com ela a chuva fina vai deixando seu cheiro de mato. Os versos, antes na poeira da estrada cinzenta, agora escorrem pelas margens floridas, prontos para serem recolhidos e guardados na alma. A luz vai descendo atrás dos montes. A chuva já cumpriu seu doce papel de fecundar a terra. O cenário vai sendo montado deixando as pequenas luzes estrelarem na escuridão do firmamento. Ao longe, as cordas de um violão são dedilhadas por mãos que querem voar…Ali, no meio do mato, a casinha durante a noite é dourada. Na varanda, ao pé da escada, contos e prantos que viram cantos. Onde o estalar da lenha no fogão acende a chama da fé. São vidas narradas. Histórias vividas. O singular alinhavado no plural. Emaranhado de nós que um dia deixará saudade. Em meio a tantos risos, um olhar que procura um porto. Uma folha em branco onde possa ancorar seus sonhos. Uma criança brinca com bolinhas de sabão e descobre, na demora do olhar, que a beleza é passageira. Já tem olhos de poesia. Olhos de amar…Um cachorro, uma coruja, um grilo que tenta acompanhar a cantoria da noite. Por trás das montanhas, o único sinal é a fumaça que sai da chaminé deixando rastro de esperança. No ritmo das cordas, a lua se enche de melodia e reluz lembranças em Sol maior. Aos poucos, as vozes se cansam. O violão se cala e o silêncio reverbera. É hora de recolher os poemas deixados na estrada. Hora de convocar as saudades. Olhei para céu. A cada verso pautado, uma estrela vem morar na minha mão…

Sobre Chrys Capelli

Duas cores. Distintos matizes. O preto tem como par o branco...Meus conttrários me revelam!...
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3 respostas para Vida tecida de palavras…

  1. linhas & versos disse:

    Com sua lindas palavras visitei minha infância….abri a gaveta da alma e as doces recordações emergiram e a saudade ficou à flor da pele…lembranças suaves que impregnaram a alma…mesmo que, com um toque de melancolia….bjos amiga…receba meu carinho…

  2. (En)cantos, prosa e poesia.
    Algumas partes ficam e nos fazem seguir.
    Bjos

  3. Lúcia Farinhas disse:

    “Por trás das montanhas, o único sinal é a fumaça que sai da chaminé deixando rastro de esperança.” E assim é a esperança… um rastro que se dissolve no ar, que segue seu caminho ao longe… E torna a voltar, e torna a fazer caminho, e torna a sumir … Esperança é coisa construída: alguém coloca a lenha pra queimar toda noite…E daí sai a fumaça que vai mostrando o caminho…Parece você, Conttrarios, que com seus poemas vai deixando rastros de amor e beleza pelo ar… Que lindo blog! Feliz por poder encontrar mais encantamento nesse mundo virtual, bjkas e muitos poemas pro nosso deleite!

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